Angélica cresceu, amadureceu, desabrochou. Tomou as rédeas da própria vida, deixou para trás a imagem de mais uma das lindas e louras apresentadoras de programas infantis e a substituiu pela de uma mulher cada dia mais bonita, segura do que quer e disposta a correr riscos para isso. "Minha maturidade começou a surgir. Apareceu uma mulher, e, como minha vida sempre foi muito exposta, as pessoas perceberam a mudança e se espantaram", diz. A virada não aconteceu de forma fácil nem foi rápida. Começou há seis anos com a decisão de sair da casa dos pais e morar sozinha. Continuou com a certeza de que precisava abandonar a segurança de uma audiência estável com seu público infantil para buscar um público jovem. Prosseguiu com a substituição do esquema familiar que administrava sua carreira desde o início, aos 4 anos de idade, por uma equipe de profissionais. Concluiu-se com Angélica, aos 30 anos, comemorando o sucesso na TV, analisando os erros de Um Show de Verão, filme teen que não emplacou com o público, e assumindo um início de romance com Luciano Huck, amigo há muitos anos e seu parceiro no longa-metragem.
Nenhuma das decisões foi simples. Ao resolver que não iria mais fazer programas para o público infantil, amargou um ano e meio fora do ar. Para quem trabalhava sem parar desde os 4 anos, aprender o que fazer com o tempo livre não foi fácil. "Ficar sem trabalhar depois de 22 anos foi muito desgastante. Nunca tinha tido tempo para nada e de repente tinha tempo para tudo. Era muito esquisito." A sensação de estranheza, no entanto, não abalou a certeza de que precisava mudar seu público. "Não me sentia contribuindo com o programa infantil. O público era de crianças, mas eu falava para pessoas mais velhas. Ficou confuso na minha cabeça e na cabeça delas. Tinha de parar", conta.
O convite para voltar ao ar surgiu no fim de 2001. Ela topou comandar um quadro pequeno dentro do programa Vídeo Show, o Vídeo Game – nada muito significativo para quem já tinha sido a estrela da programação infantil. "Era pouco, no máximo cinco minutos no ar, mas, para mim, naquela época, era muito importante, porque estava louca para voltar. Pelo menos ia ter contato com o público", relembra. O Vídeo Game virou sucesso, cresceu e agora ocupa metade do tempo do programa nas tardes de segunda a sábado. E sua participação no Vídeo Show ultrapassou os limites do quadro. "Desde que ela entrou no programa, a audiência subiu. Com o Vídeo Game, ela saiu da casca de apresentadora de programas infantis e mostrou sua veia cômica. Percebi que era pouco ela ficar só com o Vídeo Game, e hoje divide vários quadros com André Marques", diz Mariozinho Vaz, diretor do programa. O Vídeo Show tem um dos mais altos shares (porcentual de TVs ligadas) da Globo. Quando entra no ar, 57% dos televisores ligados estão sintonizados nele, porcentual que sobe para 60% quando começa o quadro comandado por Angélica. Para se ter uma idéia, em 2003 a Globo obteve um share de 54% – resultado comemorado na emissora com euforia.
Trocar a administração familiar da carreira por uma estrutura profissional foi outra decisão amadurecida aos poucos. "A grande mudança é que estou mais presente na minha vida, sou eu quem diz sim ou não para as coisas. Dá trabalho, mas a vida é minha, e preciso ser a responsável pelas decisões", explica. Angélica brinca e diz que a família não foi demitida. "Só houve uma mudança de foco", afirma. A irmã, Márcia Marbá, que durante anos foi onipresente em sua carreira, hoje toma conta da agência de artistas que as duas mantêm em sociedade. "Antigamente, a gente se preocupava muito porque ela era ingênua. Agora, não. Ela enfrenta uma mesa de reunião com a maior segurança e ficamos tranqüilos quando ela toma uma decisão", diz a irmã. O cunhado, Sérgio, ainda cuida das finanças da apresentadora, mas a mãe, Angelina Ksyvickis, desempenha apenas as funções de mãe. "Voltei a morar em São Paulo, mas nos falamos sempre", conta.
Tranqüila, Angélica analisa uma das poucas coisas que, nos últimos anos, não saíram do jeito que ela imaginava: o fracasso de público de Um Show de Verão, musical teen dirigido por Moacyr Goés, no qual faz par romântico com Huck e em que há participação especial de grupos como Capital Inicial, Cidade Negra, CPM 22 e de artistas como Lulu Santos, Gabriel, O Pensador e Felipe Dylon. Em sua primeira semana, o filme foi visto por 30.582 pessoas. Sexo, Amor e Traição, de Jorge Fernando, por exemplo, teve em sua primeira semana 260.152 espectadores. "A proibição para menores de 14 anos nos pegou de surpresa. Eu sei que em algumas cenas aparecem seios, mas não é nada além do que se vê nas novelas. Até pensamos em fazer alguns cortes, mas ia custar um dinheiro que o filme não tinha", diz. O resultado abaixo do esperado não mudou seus planos de lançar, no início de 2005, mais um filme para o público adolescente. "A gente aprende com os erros. Agora vamos aparar essas arestas", comenta.
O amadurecimento aos 30, brinca Angélica, é conseqüência de uma adolescência tardia, que se manifestou ali pelos 22 anos. "Quando devia ter sido adolescente, trabalhava muito. Era a época do sucesso de Vou de Táxi. Minha vida era muito louca: tinha quem escolhesse minhas roupas, me maquiasse e penteasse. Até os 21 anos não sabia escolher roupa sozinha. Aos 22, bateu uma crise de adolescente", conta. Virou rebelde, parou de malhar, comia de tudo, não queria fazer dieta nem se arrumar para sair de casa. "Só trabalhava e comia." Engordou. E justo num momento de grande visibilidade, quando trocava o SBT pela Globo. "Fiquei marcada como a gordinha, com a imagem da menina roliça." Começou a fazer análise, fez dieta, superou a crise da adolescência. "Mas ninguém esquece a fase da Angélica gordinha. Estou magra há quatro anos, mas, toda vez que apareço em jornais ou revistas com a barriga de fora, as pessoas se espantam e dizem 'nossa, como ela está magrinha'", ri. Ela mantém a forma espetacular – 53 quilos em 1,64 metro – com sessões diárias de ginástica e aulas um pouco mais esporádicas de ioga.
Angélica não se incomoda com o interesse do público não só por sua forma física, mas por toda a sua vida. "Comecei muito cedo, e minha vida privada sempre foi acompanhada pelo público. É uma espécie de Show de Truman (filme estrelado por Jim Carrey, no qual um homem tem cada passo da vida documentado e exibido num programa de TV). Não me lembro de minha vida ter sido diferente um dia, então isso é natural para mim", diz. Foram assim, públicos, todos os seus romances, com César Filho, Marcio Garcia, Luiz André Calainho e as muitas idas e vindas com Maurício Mattar. Foi também pública a discussão em torno de sua virgindade. "Tinha 13 anos e me perguntaram se eu era virgem. Respondi que sim. Aos 15, perguntaram de novo e respondi de novo que sim. Depois comecei a pensar que, desse jeito, quando não fosse mais, teria de contar tudo. Resolvi não falar mais nisso. Aí, aos 17, perguntaram novamente e eu disse que não ia responder. É claro que saíram dizendo que eu não era mais ... e eu ainda era. Na época até achei engraçado", conta.
Mas, às vezes, em ocasiões específicas, viver um Show de Truman incomoda um pouco. Ou, pelo menos, atrapalha os planos. Na semana passada, Angélica foi flagrada por uma equipe da revista Contigo! passeando pelas ruas de Barcelona de mãos dadas com Luciano Huck. O romance, que a dupla insistia em desmentir desde dezembro, tornou-se público apesar da verdadeira operação de guerra que o casal montou para curti-lo, em particular, na Espanha: Angélica embarcou na sexta (30), no avião de Nelson Piquet, grande amigo de Huck. O ex-campeão mundial de Fórmula 1 ia acompanhar os treinos do filho Nelsinho no autódromo de Montmeló. Angélica tinha outros planos. Huck foi depois, em vôo de carreira. Para despistar, saiu das gravações de seu Caldeirão em uma praia de Niterói a bordo de um helicóptero. Pousou na pista do Aeroporto Internacional Tom Jobim e pegou um avião de carreira. Esforço vão. Como o personagem de Jim Carey, Angélica teve todos os passos acompanhados. Foi fotografada embarcando no Santos Dumont, depois na escala que o avião fez em Brasília para pegar a família Piquet e, finalmente, de mãos dadas pelas ruas de Barcelona. "Às vezes, na ansiedade de dar uma notícia, acaba-se antecipando coisas, frustrando pessoas, machucando terceiros. Isso me incomoda. E, às vezes, é alguma coisa que meu pai ou minha mãe ainda não sabiam, é chato minha mãe ficar sabendo por uma revista. Por isso, de um tempo para cá, resolvi falar menos de mim", diz. Mas e o romance com Huck? Antes de responder, Angélica respira fundo. Pensa por alguns segundos. E diz. "Fui para Barcelona, as coisas estão acontecendo, mas, como dizem os antigos, não quero colocar o carro na frente dos bois, nem mais lenha nessa fogueira."
Fonte:veja.abril.com.br
Nenhuma das decisões foi simples. Ao resolver que não iria mais fazer programas para o público infantil, amargou um ano e meio fora do ar. Para quem trabalhava sem parar desde os 4 anos, aprender o que fazer com o tempo livre não foi fácil. "Ficar sem trabalhar depois de 22 anos foi muito desgastante. Nunca tinha tido tempo para nada e de repente tinha tempo para tudo. Era muito esquisito." A sensação de estranheza, no entanto, não abalou a certeza de que precisava mudar seu público. "Não me sentia contribuindo com o programa infantil. O público era de crianças, mas eu falava para pessoas mais velhas. Ficou confuso na minha cabeça e na cabeça delas. Tinha de parar", conta.
O convite para voltar ao ar surgiu no fim de 2001. Ela topou comandar um quadro pequeno dentro do programa Vídeo Show, o Vídeo Game – nada muito significativo para quem já tinha sido a estrela da programação infantil. "Era pouco, no máximo cinco minutos no ar, mas, para mim, naquela época, era muito importante, porque estava louca para voltar. Pelo menos ia ter contato com o público", relembra. O Vídeo Game virou sucesso, cresceu e agora ocupa metade do tempo do programa nas tardes de segunda a sábado. E sua participação no Vídeo Show ultrapassou os limites do quadro. "Desde que ela entrou no programa, a audiência subiu. Com o Vídeo Game, ela saiu da casca de apresentadora de programas infantis e mostrou sua veia cômica. Percebi que era pouco ela ficar só com o Vídeo Game, e hoje divide vários quadros com André Marques", diz Mariozinho Vaz, diretor do programa. O Vídeo Show tem um dos mais altos shares (porcentual de TVs ligadas) da Globo. Quando entra no ar, 57% dos televisores ligados estão sintonizados nele, porcentual que sobe para 60% quando começa o quadro comandado por Angélica. Para se ter uma idéia, em 2003 a Globo obteve um share de 54% – resultado comemorado na emissora com euforia.
Trocar a administração familiar da carreira por uma estrutura profissional foi outra decisão amadurecida aos poucos. "A grande mudança é que estou mais presente na minha vida, sou eu quem diz sim ou não para as coisas. Dá trabalho, mas a vida é minha, e preciso ser a responsável pelas decisões", explica. Angélica brinca e diz que a família não foi demitida. "Só houve uma mudança de foco", afirma. A irmã, Márcia Marbá, que durante anos foi onipresente em sua carreira, hoje toma conta da agência de artistas que as duas mantêm em sociedade. "Antigamente, a gente se preocupava muito porque ela era ingênua. Agora, não. Ela enfrenta uma mesa de reunião com a maior segurança e ficamos tranqüilos quando ela toma uma decisão", diz a irmã. O cunhado, Sérgio, ainda cuida das finanças da apresentadora, mas a mãe, Angelina Ksyvickis, desempenha apenas as funções de mãe. "Voltei a morar em São Paulo, mas nos falamos sempre", conta.
Tranqüila, Angélica analisa uma das poucas coisas que, nos últimos anos, não saíram do jeito que ela imaginava: o fracasso de público de Um Show de Verão, musical teen dirigido por Moacyr Goés, no qual faz par romântico com Huck e em que há participação especial de grupos como Capital Inicial, Cidade Negra, CPM 22 e de artistas como Lulu Santos, Gabriel, O Pensador e Felipe Dylon. Em sua primeira semana, o filme foi visto por 30.582 pessoas. Sexo, Amor e Traição, de Jorge Fernando, por exemplo, teve em sua primeira semana 260.152 espectadores. "A proibição para menores de 14 anos nos pegou de surpresa. Eu sei que em algumas cenas aparecem seios, mas não é nada além do que se vê nas novelas. Até pensamos em fazer alguns cortes, mas ia custar um dinheiro que o filme não tinha", diz. O resultado abaixo do esperado não mudou seus planos de lançar, no início de 2005, mais um filme para o público adolescente. "A gente aprende com os erros. Agora vamos aparar essas arestas", comenta.
O amadurecimento aos 30, brinca Angélica, é conseqüência de uma adolescência tardia, que se manifestou ali pelos 22 anos. "Quando devia ter sido adolescente, trabalhava muito. Era a época do sucesso de Vou de Táxi. Minha vida era muito louca: tinha quem escolhesse minhas roupas, me maquiasse e penteasse. Até os 21 anos não sabia escolher roupa sozinha. Aos 22, bateu uma crise de adolescente", conta. Virou rebelde, parou de malhar, comia de tudo, não queria fazer dieta nem se arrumar para sair de casa. "Só trabalhava e comia." Engordou. E justo num momento de grande visibilidade, quando trocava o SBT pela Globo. "Fiquei marcada como a gordinha, com a imagem da menina roliça." Começou a fazer análise, fez dieta, superou a crise da adolescência. "Mas ninguém esquece a fase da Angélica gordinha. Estou magra há quatro anos, mas, toda vez que apareço em jornais ou revistas com a barriga de fora, as pessoas se espantam e dizem 'nossa, como ela está magrinha'", ri. Ela mantém a forma espetacular – 53 quilos em 1,64 metro – com sessões diárias de ginástica e aulas um pouco mais esporádicas de ioga.
Angélica não se incomoda com o interesse do público não só por sua forma física, mas por toda a sua vida. "Comecei muito cedo, e minha vida privada sempre foi acompanhada pelo público. É uma espécie de Show de Truman (filme estrelado por Jim Carrey, no qual um homem tem cada passo da vida documentado e exibido num programa de TV). Não me lembro de minha vida ter sido diferente um dia, então isso é natural para mim", diz. Foram assim, públicos, todos os seus romances, com César Filho, Marcio Garcia, Luiz André Calainho e as muitas idas e vindas com Maurício Mattar. Foi também pública a discussão em torno de sua virgindade. "Tinha 13 anos e me perguntaram se eu era virgem. Respondi que sim. Aos 15, perguntaram de novo e respondi de novo que sim. Depois comecei a pensar que, desse jeito, quando não fosse mais, teria de contar tudo. Resolvi não falar mais nisso. Aí, aos 17, perguntaram novamente e eu disse que não ia responder. É claro que saíram dizendo que eu não era mais ... e eu ainda era. Na época até achei engraçado", conta.
Mas, às vezes, em ocasiões específicas, viver um Show de Truman incomoda um pouco. Ou, pelo menos, atrapalha os planos. Na semana passada, Angélica foi flagrada por uma equipe da revista Contigo! passeando pelas ruas de Barcelona de mãos dadas com Luciano Huck. O romance, que a dupla insistia em desmentir desde dezembro, tornou-se público apesar da verdadeira operação de guerra que o casal montou para curti-lo, em particular, na Espanha: Angélica embarcou na sexta (30), no avião de Nelson Piquet, grande amigo de Huck. O ex-campeão mundial de Fórmula 1 ia acompanhar os treinos do filho Nelsinho no autódromo de Montmeló. Angélica tinha outros planos. Huck foi depois, em vôo de carreira. Para despistar, saiu das gravações de seu Caldeirão em uma praia de Niterói a bordo de um helicóptero. Pousou na pista do Aeroporto Internacional Tom Jobim e pegou um avião de carreira. Esforço vão. Como o personagem de Jim Carey, Angélica teve todos os passos acompanhados. Foi fotografada embarcando no Santos Dumont, depois na escala que o avião fez em Brasília para pegar a família Piquet e, finalmente, de mãos dadas pelas ruas de Barcelona. "Às vezes, na ansiedade de dar uma notícia, acaba-se antecipando coisas, frustrando pessoas, machucando terceiros. Isso me incomoda. E, às vezes, é alguma coisa que meu pai ou minha mãe ainda não sabiam, é chato minha mãe ficar sabendo por uma revista. Por isso, de um tempo para cá, resolvi falar menos de mim", diz. Mas e o romance com Huck? Antes de responder, Angélica respira fundo. Pensa por alguns segundos. E diz. "Fui para Barcelona, as coisas estão acontecendo, mas, como dizem os antigos, não quero colocar o carro na frente dos bois, nem mais lenha nessa fogueira."
Fonte:veja.abril.com.br
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