sábado, 6 de novembro de 2010

Angélica "Um caldeirão de emoções"

Revista Isto é Gente Edição-311

Saiu de cena a menina ansiosa para ceder lugar a uma Angélica que, aos 31 anos, vive o auge da felicidade ao lado da nova família e conta como lida com as alegrias e medos de mãe de primeira viagem Era tarde da noite, não faz muito tempo, quando Angélica se virou para Luciano Huck e disse: “Vê como ele está?”, pediu. Luciano deixou o quarto do casal e se dirigiu até o berço de Joaquim. O bebê dormia, imóvel. O apresentador quis, então, ter a certeza de que se tratava apenas de um sono profundo. Debruçou-se sobre o filho, ficou ali, parado, tentando detectar sua respiração. Ainda em dúvida, seguiu o instinto de colocar a mão sobre o peito de Joaquim. “Está respirando”, pensou, aliviado. No quarto ao lado, Angélica acompanhava a cena pelo monitor da babá eletrônica. Não pôde deixar de sorrir. Tem mania de fazer o mesmo. “Fiz isso outro dia”, conta a apresentadora, às gargalhadas. “Ele dormiu seis horas seguidas e achei melhor conferir se estava respirando. Botei o dedo próximo ao narizinho. Não senti nada e corri para botar a mão no peito”, descreve. “Toda mãe faz isso e todo pai também.” O relato é feito por uma Angélica de voz serena. Saiu do ar a menina impaciente para entrar a mulher de 31 anos no esplendor da beleza e da plenitude. Ao lado do marido e do filho de quatro meses, vive um tempo de descobertas. Descobertas de novos sentimentos, de casamento, de maternidade e paz interior. “Eu era ansiosa, agora estou calma”, reflete. “Percebi que ter alguém a quem amasse ao meu lado e formar uma família era tudo o que buscava na vida.” Foi uma metamorfose muito rápida. Em menos de um ano, apaixonou-se, namorou, engravidou e protagonizou um casamento cinematográfico. Quando a ficha caiu, já morava com a nova família na ampla casa da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro – e experimentava o privilégio de dividir a vida com um marido irrepreensível. Luciano se revelou um chefe de família exemplar, segundo ela. Companheiro, afetuoso e preocupado com o bem-estar da mulher e do filho. “Angélica e eu somos muito ligados um no outro. Temos desejos parecidos e cedemos nas mesmas coisas. Quero vê-la feliz, sempre”, declara ele. “Nossa nova vida está muito divertida. Cheia de medos e prazeres – e com a novidade que aprendi a trocar fralda e a segurar o Joaquim na hora do banho.” É uma cumplicidade retratada nos cômodos da casa. Dezenas – e não é força de expressão – de porta-retratos exibem imagens de um casal em harmonia. Em um deles, Angélica e Luciano brincam com dois cães da raça Golden Retriever. No outro, posam felizes com um Joaquim ainda de olhos fechados. Em um terceiro, estão sós, de perfil, os olhos fixos um no outro, ambos lábios em um meio sorriso. “Nesse pouco tempo em que estamos juntos, encontrei o equilíbrio. Não há espaço para dúvida na nossa relação”, sublinha ela. O ciúme envolvendo duas personalidades jovens e assediadas existe, mas é exaustivamente debatido até que qualquer resquício para a dúvida seja exterminado. Angélica é mais ciumenta que Luciano. Admite a fraqueza com bom humor: “Sou mulher, né?”. As transformações do corpo, os 10 quilos a mais da gravidez (já perdidos), o seios que se enchem de leite, a falta de tempo para malhar como malhava, nada disso mexe com sua vaidade, como antes. Ela tem outras urgências. “O bumbum para cima não é mais prioridade”, assegura. “Já o bumbum do Joaquim é. De preferência, sem assaduras”, sorri. Para estar perto dele todo tempo, inclusive nos dois dias de gravação semanais do VideoGame, das 13h às 21h, apelou para um camarim adaptado na Globo. É lá que o filho dorme (enquanto a mãe está no ar) e mama (quando acorda e exige o peito por perto). O direito a quatro meses de licença-maternidade foi interrompido pela metade. Angélica quis logo colocar o rosto de volta no vídeo. Não se tratou de insegurança diante da performance da substituta Fernanda Lima, ela garante. O que falou mais alto foi o vício dos 26 anos de carreira e a certeza de que conseguiria dar conta do recado de ser mãe e profissional, as duas coisas juntas, em tempo integral. Nos bastidores do VideoGame e do Fama, Joaquim vive momentos de celebridade. Seu nome é cantado pelos fãs no intervalo das gravações. Ele lida bem com a agitação. É animado e alegre. Dorme bastante e, apesar de quieto, sorri para tudo. “Às vezes, o assunto nem é com ele, mas, só de ele achar que é, já começa a sorrir”, conta a mãe. A exposição do filho se limita ao trajeto casa-trabalho-casa. Angélica e Luciano assumiram o pacto de não transformar Joaquim em chamariz. “Os artistas da casa somos eu e o pai dele...” A frase se interrompe pela metade. No rádio, a babá informa que Joaquim terminou a papinha de banana e quer mamar. Angélica pede licença e se dirige ao quarto do filho. Pára por uns instantes e olha para trás. Aquela tarde de julho, toda dedicada a Gente, era especial. “É a primeira vez que deixo a babá dar a papinha para ele”, informa, o orgulho detectado na altivez da voz. “Acho que estou aprendendo a delegar.”

Angélica engordou 10 quilos na gestação e perdeu um a um amamentando, sem esforço. Na gravidez, não teve fome. “Foi a sorte”, diz. Pediu a uma nutricionista que elaborasse um cardápio com alimentos ricos em vitaminas e sais minerais. Começou a tomar leite de soja e se manteve fiel ao princípio de não comer carnes. Sessões de drenagem linfática ajudaram na eliminação de líquidos. “São milagrosas”, diz ela.


Como é a vida a três?
Outro dia mesmo eu comentei com o Luciano: “Nossa, dá até medo de ficar falando muito. Está tudo tão bom!”. Quando me perguntam como estou, tenho vontade de responder: “Estou ótima, não posso estar mais feliz”. Mas fico com medo de falar demais. Pode dar
inveja (risos).

Você se apaixonou, engravidou e casou em menos de um
ano. No meio de todas essas transformações, quando foi que a ficha caiu?
Algumas semanas depois que o Joaquim nasceu. Quando a ficha caiu, me senti plena. Percebi que meu objetivo de vida era formar uma família e alcançar uma tranqüilidade na vida pessoal que me permitisse levar a profissional numa boa. Não há possibilidade de a minha vida estar melhor. Estou feliz no trabalho e realizada como mulher. Sou muito bem amada pelo meu marido e pelo meu filho.


Como é ser mãe, mulher e profissional ao mesmo tempo?

É uma gincana! (risos). Acordo e penso: quais são as provas de hoje? Acordo sempre às 7h30 e quero ficar o tempo inteiro com o Joaquim. Minha prioridade passou a ser ele sempre. Mas estou conseguindo dar conta de tudo: cuidar do Joaquim da melhor maneira possível, trabalhar e namorar meu marido, o que é um negócio sério. Como assim? Acabamos de casar e acho essencial cuidar e preservar nossa relação homem-mulher. A gente tem que namorar mesmo. E está tudo muito gostoso porque estamos conseguindo dar conta do recado. A vida do homem muda quando o filho nasce, mas as transformações são muito maiores para a mulher. Tem a mudança do corpo, do temperamento. No meio de tudo, você ainda tem que estar disponível para ir jantar, para ir ao cinema.

Luciano exige esses compromissos de você?

Ele é muito compreensivo e vive uma onda muito boa com o Joaquim. Curte me ver dedicada ao nosso filho. Quando acha que está demais, decreta: “Vamos sair! Deixa que a babá fica com ele”. Ele dá uns toques que eu percebo que são toques (risos). Ele não admite, mas eu percebo.


Você é muito centralizadora com o Joaquim?

Agora que voltei a um ritmo mais intenso de trabalho, passei a delegar um pouco mais para a babá. Estou começando a aprender que não dá para querer fazer tudo. Não quero ficar neurótica. É um prazer tão grande cuidar de um filho que periga você dar uma pirada, ficar bitolada só fazendo isso.


Durante a gravidez você disse que achou assustador as pessoas olharem para sua barriga e acharem que ela era de domínio público. Qual o limite da exposição?
Onde quer que eu vá, me perguntam: “Cadê o Joaquim?”. Isso me incomoda como mãe. Tenho ciúme quando as pessoas querem colocar a mão nele. Fico chateada. Parece uma superproteção meio de bicho, sabe?


Você acha que conseguirá preservá-lo dessa exposição?
O Joaquim terá uma vida normal. Ele irá à praia, ao shopping, aos aniversários dos amigos. Vão fotografá-lo, óbvio. Mas eu quero que ele leve isso numa boa, que encare com normalidade. Só que, enquanto for bebê, farei o possível para evitar essa exposição. Como qualquer pai e mãe, queremos o bem-estar do nosso filho.

A família vai aumentar quando?
Foi tão gostoso o parto que, no terceiro dia no hospital, olhamos um para a cara do outro e falamos: “Vamos fazer mais um?” (risos). Só não dava porque tinha a quarentena – ou já estaria grávida de novo (risos). Queremos ter mais dois filhos, mas só depois que o Joaquim completar dois anos. Depois da maternidade, me senti mais poderosa, mais mulher. A maternidade me fez uma pessoa melhor na vida, no sexo e na sensualidade. Me trouxe força.

Pretende botar silicone depois da amamentação?

Eu adorei meu peito grande, mas gostava dele pequeno também. Agora ele está diminuindo de novo. Meu peito não caiu. Eu pensei: se ficar muito grande e cair, vou botar silicone. Mas não precisou. Por enquanto, não penso nisso. Quem sabe depois do segundo ou do terceiro filho?


Como você lida com o assédio feminino em torno do
seu marido?
As mulheres são folgadas principalmente com homens casados. Eu sempre fui ciumenta. Agora sou uma ciumenta mais adulta. Antes tinha um ciúme idiota, sem motivo. Brigava por qualquer coisa. Hoje, não. Meu ciúme foi lapidado, está melhor. Estou mais madura. Temos uma vida tranqüila. Falamos tudo um para o outro. Por isso nunca tivemos motivo para uma crise de ciúme. Se tem alguma coisa que não gosto, eu falo. Mas não faço barraco, não dou show. Banco a fina (risos). Fonte:Isto é Gente

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